domingo, 15 de julho de 2012

Exemplo de humildade


O jovem Samuel servia ao Senhor perante Eli. 1 Samuel 3:1.
Jovem como era ao ser trazido para ministrar no tabernáculo, tinha Samuel mesmo então deveres a cumprir no serviço de Deus, conforme sua capacidade. Estes eram a princípio muito humildes, e nem sempre agradáveis; mas cumpria-os da melhor maneira que lhe permitia a habilidade, e com coração voluntário. …
Se as crianças fossem ensinadas a considerar a humilde rotina dos deveres diários como o caminho a elas indicado pelo Senhor, como uma escola na qual devem ser preparadas para a realização de um serviço fiel e eficiente, quão mais agradável e honroso lhes pareceria o seu trabalho! Cumprir todo dever como sendo ao Senhor, lança um encanto ao redor da mais humilde ocupação, ligando os obreiros na Terra com os seres santos que cumprem a vontade de Deus no Céu.
A vida de Samuel desde a meninice tinha sido uma vida de piedade e devoção. Ele havia sido deixado sob o cuidado de Eli em sua juventude, e a bondade do seu caráter conquistou a afeição do idoso sacerdote. Ele era bondoso, generoso, diligente, obediente, respeitoso. O contraste entre a conduta do jovem Samuel e dos próprios filhos do sacerdote era muito marcante, e Eli encontrava refrigério, conforto e bênção com a presença de seu tutelado. Era coisa singular que entre Eli, supremo juiz da nação, e aquela simples criança pudesse existir tão cálida amizade. Samuel era prestativo e afetivo, e nenhum pai amara mais ternamente a um filho tanto quanto Eli a este jovem. Ao sobrevirem a Eli as aflições da idade, Ele sentiu de maneira mais aguda o comportamento desalentador, condenável, indigno, de seus filhos, e buscou em Samuel o conforto e sustento.
Quão tocante é ver jovens e velhos sentindo mútua dependência, o jovem buscando do idoso conselho e sabedoria, o idoso procurando no jovem ajuda e simpatia. Assim é que devia ser sempre. Deus gostaria que os jovens possuíssem qualificações tais de caráter que encontrassem prazer na presença amiga dos idosos, de modo que se unissem nos laços caros da afeição com os que se estão aproximando da beira do túmulo.
Ellen G. White, Cuidado de Deus, pág. 195.

Fazemos realmente sacrifícios?


Folguem e alegrem-se em Ti os que Te buscam; digam constantemente os que amam a Tua salvação: Engrandecido seja o Senhor. Salmos 40:16.
Muitos falam da vida do cristão como tirando de nós prazeres e alegrias mundanos. Digo que ela não tira coisa alguma digna de ser conservada. Sofrem os cristãos perplexidades, pobreza e aflições? Oh, sim, isto se espera nesta vida! Está, porém, o pecador, de quem falamos como fruindo os prazeres deste mundo, livre desses males? Não os vemos nós muitas vezes em profunda perplexidade e turbação? …
Os cristãos pensam por vezes que têm vida difícil e que é uma condescendência de sua parte apegar-se a uma verdade impopular e professarem ser seguidores de Cristo, que o caminho parece duro e têm muitos sacrifícios a fazer, quando em realidade não fazem sacrifício nenhum. Se na verdade são adotados na família de Deus, que sacrifício fizeram? Talvez o seguir a Cristo haja rompido alguma amizade com parentes amantes do mundo, mas considerai a troca — seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro, elevados, sim, grandemente exaltados, para serem participantes da salvação, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Jesus Cristo numa herança incorruptível. … Chamaremos um sacrifício de nossa parte o ceder o erro pela verdade, as trevas pela luz, o pecado pela justiça, um nome e uma herança perecíveis na Terra por honras perduráveis e um tesouro incontaminado e incorruptível?
Mesmo nesta vida o cristão tem Alguém em quem se apoiar, o qual o ajudará a suportar todas as suas provações. Todavia o pecador tem de sofrer sozinho as suas. Desce à sepultura sofrendo remorsos em meio de trevas ligado por Satanás, pois é sua presa legal. …
Se há alguém que devia ser continuamente agradecido, é o seguidor de Cristo. Se há alguém que frua felicidade real, mesmo nesta vida, é o fiel cristão. … Se apreciamos ou temos qualquer senso de quão cara foi comprada nossa salvação, tudo quanto chamamos sacrifício perderá todo significado.
Ellen G. White, Nossa Alta Vocação, pág. 197.